13/01/2020

Viagem, diversão e outras histórias

Viagem, diversão e outras histórias



E chegou a vez de você viajar a serviço. Notícia boa, não? E se a cidade de realização do trabalho for um ponto turístico?

Aquela cidade paradisíaca que você sempre quis conhecer. É a verdadeira união do útil ao agradável, não é mesmo?

Cuidado com esse útil e esse agradável, pois trabalho é trabalho, e o agradável, na verdade, será uma consequência de como você reagirá à oportunidade advinda da viagem.

Não vamos fazer aqui nenhum discurso de advertência sobre os cuidados que a gente precisa ter quando for viajar a serviço, mas traremos algumas histórias adaptadas sobre viagens a serviço.

Os nomes dos personagens são fictícios, e as histórias não serão narradas exatamente como aconteceram.

Vamos lá?

Pedro foi escolhido pela empresa para fazer um curso de duas semanas em uma grande cidade do interior. Era período de São João, tudo na cidade era convite para festa e entretenimento.

Já empolgado com as festividades, Pedro, no avião, começou a tomar uma cervejinha bem gelada. Olha a paisagem lá de cima e diz: “Que vida!”. Da cerveja para o whiskey foi bem rápido. É bom lembrar que naquele tempo, toda gente era tratada como reis e rainhas nos voos domésticos. Era tudo deslumbrante.

Algum tempo depois, Pedro começou a falar alto, o que chamou a atenção dos passageiros. Logo ele levantava, dançava e pedia mais bebida.

Quando chegamos ao destino, um rapaz me procurou e perguntou se eu iria fazer o tal curso. Descobrimos que éramos da mesma empresa. Então combinamos de ir junto para o hotel. Antes ele me avisou que iríamos com o rapaz que estava bebendo no avião mais uma colega que ele já conhecia fazia tempo.

Para nossa surpresa, durante o traslado do aeroporto para o hotel, Pedro começou a gritar e fazer gestos bruscos dentro do táxi. O taxista com receio do comportamento agressivo do visitante nos levou a uma delegacia próxima. Foi um susto para todos. Pedro estava fora de si, e tivemos de explicar ao delegado a situação, que sensível ao que estava acontecendo, aconselhou Pedro sobre as consequências daquela situação. Mais calmo, nosso colega foi liberado.
Fomos para o hotel. No outro dia, Pedro chegou ao curso atrasado e não lembrava do que ocorrera. Conversamos com ele e explicamos o acontecido. O rapaz baixou a cabeça e ficou muito envergonhado.

Durante as duas semanas Pedro era do hotel para o curso. Não saiu para conhecer a cidade nem para se divertir.
Vocês já testemunharam algo parecido? Fique aqui no texto, que vamos contar mais uma.

Noélia adorava conhecer pessoas e viajar. Houve um sorteio na empresa e ela foi escolhida para conhecer a matriz da multinacional.
No final do primeiro dia de visita uns colegas a convidaram para conhecer os pontos turísticos da cidade. Empolgada, Noélia aceitou o convite e partiu para a city tour. Já era meia noite e Noélia nem queria saber de voltar para o hotel. Curtiu a madrugada e só chegou ao hotel por volta da 6 h da manhã.

Noélia dormiu, dormiu, dormiu. Eram 11 h da manhã, e o telefone de nossa protagonista não parava de tocar. Era o pessoal da matriz que estava preocupado com a ausência da visitante.
Noélia chegou ao trabalho depois das 13 horas. Antes houve um encontro com o presidente da empresa e os funcionários das filiais. Noélia não estava lá...

Pensou que acabou? Você ainda não sabe da história de Elizeu?

Eliseu ganhou um estágio na superintendência regional da empresa em que trabalhava. Caso passasse no estágio, seria promovido. Era uma grande oportunidade.

Como Elizeu achava que a progressão profissional estava atrelada aos relacionamentos sociais com todos, aceitou um convite para conhecer o restaurante mais badalado da cidade. Bebeu, bebeu, bebeu naquela noite...

No outro dia, Elizeu chegou ao trabalho agitado, com sinais de que tinha bebido. O trabalhador-estagiário ficou confuso com a situação que ele próprio havia criado. Elizeu olha para todos com desconfiança, pois achava que as pessoas comentavam sobre os excessos que ele havia cometido na noite anterior.

Espera aí, caro leitor! Precisamos contar a história dos universitários.

Ou vocês pensam que estes problemas só ocorrem com os trabalhadores?

Ana Flávia usou todas as economias que havia ganhado no estágio para participar de um seminário sobre os temas da disciplina que ela acabara de cursar. Era um bom momento para ela se aperfeiçoar e melhorar o currículo.

Enfim, Flávia conseguiu ir ao evento. No primeiro dia do seminário, nossa universitária conheceu colegas de outros estados. Era possível aprender mais e ainda criar laços sociais com pessoas mais distantes.

No segundo dia do evento, a turma estava bem familiarizada e depois do almoço resolveu ir ao centro da cidade para andarilhar no comércio.

Apesar de os conteúdos do seminário serem de interesse de Flávia, a companhia dos novos colegas era melhor.

Flávia e os demais universitários passaram a tarde passeando nas lojas populares do comércio local e não voltaram mais para o seminário.

A situação estava ótima. No segundo dia, a turma já tinha outra atividade turística para fazer, e o seminário foi ficando para cada vez mais monótono para Ana Flávia.

No terceiro dia, já havia um cronograma de atividades paralelo, e ninguém foi ao seminário. Flávia já conhecia todo o centro da cidade, mas perdera a oportunidade de conhecer os autores preferidos da disciplina de que ela tanto gostava.

No final da semana, Flávia voltou para casa sem ter experimentado as aprendizagens do seminário de que tanto desejava. Viajou com um objetivo e voltou com um resultado diferente.

Pois é, a vida é assim...

Viagem a serviço não é viagem de lazer. Algumas pessoas confundem as duas situações e querem transformar o trabalho em diversão. O trabalho é, antes de tudo, um esforço que fazemos para sobreviver, ou mesmo para prestar contas à sociedade de que servimos para alguma coisa. Ele pode se tornar prazeroso, mas traz em si a ideia de labuta, labor.

Divirta-se nas viagens a serviço, mas lembre-se de que você está em situação de trabalho. E será cobrado por isto.

Se você, leitor, tem alguma experiência para compartilhar, faça um comentário sobre o assunto aqui mesmo no blog.

Até a próxima!





+Postagens