E
chegou a vez de você viajar a serviço. Notícia boa, não? E se a cidade de
realização do trabalho for um ponto turístico?
Aquela
cidade paradisíaca que você sempre quis conhecer. É a verdadeira união do útil
ao agradável, não é mesmo?
Cuidado
com esse útil e esse agradável, pois trabalho é trabalho, e o agradável, na
verdade, será uma consequência de como você reagirá à oportunidade advinda da
viagem.
Não
vamos fazer aqui nenhum discurso de advertência sobre os cuidados que a gente
precisa ter quando for viajar a serviço, mas traremos algumas histórias
adaptadas sobre viagens a serviço.
Os
nomes dos personagens são fictícios, e as histórias não serão narradas
exatamente como aconteceram.
Vamos lá?
Pedro
foi escolhido pela empresa para fazer um curso de duas semanas em uma grande cidade
do interior. Era período de São João, tudo na cidade era convite para festa e
entretenimento.
Já
empolgado com as festividades, Pedro, no avião, começou a tomar uma cervejinha
bem gelada. Olha a paisagem lá de cima e diz: “Que vida!”. Da cerveja para o
whiskey foi bem rápido. É bom lembrar que naquele tempo, toda gente era tratada
como reis e rainhas nos voos domésticos. Era tudo deslumbrante.
Algum
tempo depois, Pedro começou a falar alto, o que chamou a atenção dos
passageiros. Logo ele levantava, dançava e pedia mais bebida.
Quando
chegamos ao destino, um rapaz me procurou e perguntou se eu iria fazer o tal
curso. Descobrimos que éramos da mesma empresa. Então combinamos de ir junto
para o hotel. Antes ele me avisou que iríamos com o rapaz que estava bebendo no
avião mais uma colega que ele já conhecia fazia tempo.
Para
nossa surpresa, durante o traslado do aeroporto para o hotel, Pedro começou a
gritar e fazer gestos bruscos dentro do táxi. O taxista com receio do
comportamento agressivo do visitante nos levou a uma delegacia próxima. Foi um
susto para todos. Pedro estava fora de si, e tivemos de explicar ao delegado a
situação, que sensível ao que estava acontecendo, aconselhou Pedro sobre as
consequências daquela situação. Mais calmo, nosso colega foi liberado.
Fomos
para o hotel. No outro dia, Pedro chegou ao curso atrasado e não lembrava do
que ocorrera. Conversamos com ele e explicamos o acontecido. O rapaz baixou a
cabeça e ficou muito envergonhado.
Durante
as duas semanas Pedro era do hotel para o curso. Não saiu para conhecer a
cidade nem para se divertir.
Vocês
já testemunharam algo parecido? Fique aqui no texto, que vamos contar mais uma.
Noélia
adorava conhecer pessoas e viajar. Houve um sorteio na empresa e ela foi
escolhida para conhecer a matriz da multinacional.
No
final do primeiro dia de visita uns colegas a convidaram para conhecer os
pontos turísticos da cidade. Empolgada, Noélia aceitou o convite e partiu para
a city tour. Já era meia noite e Noélia nem queria saber de voltar para
o hotel. Curtiu a madrugada e só chegou ao hotel por volta da 6 h da manhã.
Noélia
dormiu, dormiu, dormiu. Eram 11 h da manhã, e o telefone de nossa protagonista
não parava de tocar. Era o pessoal da matriz que estava preocupado com a
ausência da visitante.
Noélia
chegou ao trabalho depois das 13 horas. Antes houve um encontro com o
presidente da empresa e os funcionários das filiais. Noélia não estava lá...
Pensou
que acabou? Você ainda não sabe da história de Elizeu?
Eliseu
ganhou um estágio na superintendência regional da empresa em que trabalhava.
Caso passasse no estágio, seria promovido. Era uma grande oportunidade.
Como
Elizeu achava que a progressão profissional estava atrelada aos relacionamentos
sociais com todos, aceitou um convite para conhecer o restaurante mais badalado
da cidade. Bebeu, bebeu, bebeu naquela noite...
No
outro dia, Elizeu chegou ao trabalho agitado, com sinais de que tinha bebido. O
trabalhador-estagiário ficou confuso com a situação que ele próprio havia
criado. Elizeu olha para todos com desconfiança, pois achava que as pessoas
comentavam sobre os excessos que ele havia cometido na noite anterior.
Espera
aí, caro leitor! Precisamos contar a história dos universitários.
Ou
vocês pensam que estes problemas só ocorrem com os trabalhadores?
Ana
Flávia usou todas as economias que havia ganhado no estágio para participar de
um seminário sobre os temas da disciplina que ela acabara de cursar. Era um bom
momento para ela se aperfeiçoar e melhorar o currículo.
Enfim,
Flávia conseguiu ir ao evento. No primeiro dia do seminário, nossa
universitária conheceu colegas de outros estados. Era possível aprender mais e
ainda criar laços sociais com pessoas mais distantes.
No
segundo dia do evento, a turma estava bem familiarizada e depois do almoço
resolveu ir ao centro da cidade para andarilhar no comércio.
Apesar
de os conteúdos do seminário serem de interesse de Flávia, a companhia dos
novos colegas era melhor.
Flávia
e os demais universitários passaram a tarde passeando nas lojas populares do
comércio local e não voltaram mais para o seminário.
A
situação estava ótima. No segundo dia, a turma já tinha outra atividade
turística para fazer, e o seminário foi ficando para cada vez mais monótono
para Ana Flávia.
No
terceiro dia, já havia um cronograma de atividades paralelo, e ninguém foi ao
seminário. Flávia já conhecia todo o centro da cidade, mas perdera a
oportunidade de conhecer os autores preferidos da disciplina de que ela tanto
gostava.
No
final da semana, Flávia voltou para casa sem ter experimentado as aprendizagens
do seminário de que tanto desejava. Viajou com um objetivo e voltou com um
resultado diferente.
Pois
é, a vida é assim...
Viagem
a serviço não é viagem de lazer. Algumas pessoas confundem as duas situações e
querem transformar o trabalho em diversão. O trabalho é, antes de tudo, um
esforço que fazemos para sobreviver, ou mesmo para prestar contas à sociedade
de que servimos para alguma coisa. Ele pode se tornar prazeroso, mas traz em si
a ideia de labuta, labor.
Divirta-se
nas viagens a serviço, mas lembre-se de que você está em situação de trabalho.
E será cobrado por isto.
Se
você, leitor, tem alguma experiência para compartilhar, faça um comentário
sobre o assunto aqui mesmo no blog.
Até a próxima!
+Postagens