18/11/2019

Os andarilhos da utopia

Imagem Paulo Freire - o andarilho da Utopia


Em outubro deste ano, Salvador teve o privilégio de assistir ao espetáculo Paulo Freire – o andarilho da utopia. A peça, mais do que um retrato sobre o educador brasileiro se traduz em um momento de alegria em ver pessoas reunidas em um momento de utopia em que a energia está canalizada para o bem da humanidade.

A obra de arte é um misto de filosofia, ciência e arte em benefício da educação. O projeto artístico é um monólogo em forma de cantorias e declamações feitas por Richard Riguetti, ator de teatro e profissional circense, com 40 anos de vivências nas artes da representação; com Junio Santos no processo de dramaturgia e Luiz Antonio Rocha no trabalho de encenação.

A construção teatral navega por representações da literatura, entrecortando caminhos da poética da música popular brasileira. O teatro, a música e a poesia se encontram e produzem um efeito simbólico expressivo.

Paulo Freire – o andarilho da utopia trabalha com a sutilidade ao utilizar-se de figuras de linguagem para construir o itinerário poético-filosófico do educador da Pedagogia da Autonomia. É um olhar diferente, pois estamos acostumados a ler Freire como um trabalhador da educação e da política e por vezes esquecemos o quanto de poético há nos escritos deste autor da intelectualidade brasileira.

Segundo os autores da obra, a proposta é produzir uma peça artística junto com os espectadores, fazendo com que, em alguns momentos, o público faça pequenas intervenções na construção artística.

Antes do início da peça, o ator-protagonista passeia pela portaria do teatro numa conversa informal como espectador, o que provoca aproximações entre as expectativas das pessoas e o que está por vir na apresentação artística.

Ao final houve um bate-papo com a turma, em que as pessoas puderam dialogar com os artistas criadores a respeito do processo de construção da peça e ainda foi discutir um pouco questões relevantes do contexto histórico-social pelo qual passamos no Brasil.

Se você aprecia o pensamento de Paulo Freire, vá ao espetáculo; se você ainda não conhece Paulo Freire, dê uma oportunidade de se aproximar do desconhecido e verificará o quanto Freire tem que ver com a genuína cultura brasileira.

A peça está atravessando o Brasil. Fique ligado para quando o espetáculo ocorrer em sua cidade.

Até a próxima!


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