Outras faces do cinema - Fonte: do próprio Autor |
Gente, é hora de relaxar. Vamos trocar figurinhas sobre cinema?
A gente se acostumou com os filmes estadunidenses, sejam
eles apresentados nas emissoras de canais abertos, nas ofertas da TV paga ou no
circuito comercial de cinema.
Mas a gente não precisa ficar assistindo somente aos filmes
lá do Norte. Os cinemas indiano e nigeriano vêm construindo um acervo variado
de filmes comerciais, sendo uma opção para que possamos conhecer as outras
faces do cinema.
O cinema, seja ele documentário, musical ou ficção, é uma
narrativa. Todos os povos da terra têm capacidade de contar história. As
narrativas do oriente são excelentes, assim como a do nosso lado do planeta. O
exercício de conhecer outras histórias é uma ótima atividade para a gente reconhecer
outros costumes e lugares, enfim: enriquecer nosso repertório sociocultural.
Vamos pensar um pouco sobre o cinema nigeriano?
A Nigéria é um país que se libertou da colonização inglesa
somente nos anos 1960. Deve ser bem difícil para este país construir uma indústria
de cinema, porque há problemas outros para serem resolvidos, como as questões desigualdades
sociais e diferenças educacionais.
Mas este contexto não impediu o país africano de adentrar no
mundo do cinema e produzir um conjunto de filmes diferente da nossa forma de
composição fílmica.
Se você se der ao trabalho de conhecer o cinema nigeriano,
terá a oportunidade de descobrir um país novo, em termos de independência, mas
que procura recontar a própria história.
Aviso aos curiosos: não pensem que vão encontrar narrativas
de uma África atrasada e primitiva, com homens e mulheres seminus, que mal
sabem ler ou escrever. A narrativa nigeriana traz representações sociais,
também, de homens e mulheres negros bem-sucedidos. São empresários, funcionários
públicos do alto escalão e mulheres atuantes no mercado de trabalho. Você vai
se surpreender.
Se você deseja ter um lazer diferente, longe da rotina dos
finais de semanas repetitivos, busque outras faces do cinema e verá como o
mundo é rico de diversidade. Uma dica: não espere que o aparato técnico seja o
mesmo do cinema dos países ricos, mas observe com cuidado as nuances de
culturas que estão distantes de nós, mas que, no fundo, têm proximidade com o
jeito de viver do brasileiro.
Quer experimentar? Vamos lá!
O filme Trocando Celulares narra o encontro inusitado
entre uma designer de moda e um bem-sucedido executivo. Se prepare para uma
história romântica, com pitada de bom-humor. O filme não perde a oportunidade
para apresentar as discrepâncias entre os povos que vivem em aldeias distantes do
país africano e as pessoas que vivem nas grandes cidades da Nigéria.
Não quer narrativa açucarada? Então assista aos Cinco
CEOs, que narra o controverso encontro de executivos que vão participar de
um processo seletivo para ascensão profissional dentro da própria empresa. Aqui
o clima é de suspense. O filme empreende reflexões sobre as novas relações de
trabalho no contexto da globalização.
Ah, você não gosta de clima açucarado? Que tal um filme
político, que retrata as relações sociais no período de interseção entre o
mundo colonizado da Nigéria e o início da independência? O filme é uma mistura
de suspense com narrativa policial, mas as sutilizas das questões políticas e
culturais chamam mais a atenção.
No início você irá estranhar um pouco, pois a composição dos
filmes nigerianos é diferente da que estamos acostumados, mas depois de algum
tempo a gente se acostuma, aprende e busca mais informações sobre essa cultura
perto-distante da nossa forma de ser.
Assista aos filmes: