03/06/2019

Para melhorar o repertório sociocultural do professor


Imagem parte da capa do livro Jornalismo Cultural


Os educadores são muito cobrados para saber com proficiência os conteúdos aos quais se dispuseram a ensinar, além de outros conhecimentos de mundo favorecedores do processo de ensino-aprendizagem.
Essa “cobrança” provoca ansiedade nos profissionais, pois são criadas expectativas de o professor ser um verdadeiro super-homem, mas educadores são pessoas comuns: incompletas inconclusas e inacabadas.

Mas será possível desenvolver essa formação tão transversal? Não é exigir demais dos educadores?

O educador não precisa ser um superprofissional que sabe tudo e possui uma enciclopédia na cabeça, mas é necessário, com dedicação e empenho, desenvolver um nível de competência que contribua para uma melhor leitura de mundo em consonância com um conhecimento técnico consistente da própria área de trabalho.

Para ajudar o professor nessa empreitada, vez por outra, o E-Praxe traz comentários de livros, discos, filmes e documentários para melhoria do nível desse tal de repertório sociocultural.

O comentário de hoje é sobre o livro Jornalismo Cultural, de Daniel Piza.
Jornalismo Cultural é uma obra muito gostosa de ler, pois possui uma linguagem bem acessível, facilitando a leitura dos não jornalistas.

Nos dois primeiros capítulos, Piza faz um breve panorama do jornalismo cultural no mundo e no Brasil. Mesmo com um texto conciso, há um incentivo para que o leitor busque mais informações sobre esse assunto tão palpitante.

Piza não esquece de trazer os fundamentos da função de quem deseja produzir crítica cultural. Neste caso, ele tem o cuidado de discutir os mitos que podem atrapalhar a prática de se fazer jornalismo cultural, além de abordar algumas características do bom jornalismo de cultura.

O bom do texto é a capacidade do autor de não se prender a fetiches de “alta ou baixa cultura” e conseguir defender o jornalismo cultural como um trabalho de olhar o mundo em toda diversidade.

No livro há análises de alguns textos de crítica cultural, com o objetivo de situar o leitor como é o fazer cotidiano do bom jornalismo cultural.

Na prática, quando a professora está discutindo, no âmbito didático, as especificidades de um filme ou um texto literário, ela está ensinando e aprendendo a fazer crítica cultural. Daí a importância de leituras de obras como a de Piza.

Jornalismo cultural é um livro bem-vindo em salas de formação de professores, pois ajudará os mediadores a utilizar recursos mais técnicos de estudo das culturas, o que será bom para todos: professores, alunos e cidadãos em geral.


Que é isto? Jornalismo Cultural (livro)
Quem criou? Daniel Piza
Quem divulgou? editora Contexto



Até a próxima!