No início do curso o professor anuncia vai adotar o diálogo como prática didática; depois de algumas aulas o que prevalece é a exposição repetitiva e desgastante.
No caso o professor pensa e tem interesse em conduzir aulas
por meio do diálogo, mas tem dificuldade de praticar as teorias
estudadas nos tempos de licenciatura.
É possível articular o que a gente pensa com o que a gente
faz em sala de aula?
Olha bem, não existem receitas infalíveis para resolver
esses problemas, mas uma boa dose de prática, acompanhada de autoavaliações
constantes, ajuda muito.
Pensando nestas coisas, o E-Praxe resolveu tecer alguns comentários sobre o dia a dia do educador na condução de conversações didáticas.
- O óbvio de uma conversação é que todos se sintam bem em participar da aula. Favoreça a participação da turma, pois todos têm necessidade de conversar.
- Cuide para não transparecer que só você (professor) é o detentor – exclusivo – dos conteúdos didáticos. Os alunos precisam interagir, mesmo que em algum momento tragam ideias equivocadas sobre o que se está aprendendo. É função do educador esclarecer os pontos em que os educandos estejam com dificuldade de aprender.
- Fique atento para a turma não fugir do tema. Descansar um pouco em relação ao assunto principal é saudável, mas não pode ser a rotina da aula tratar de assuntos muito diferentes dos conteúdos didáticos o tempo todo.
- Crie situações para os educandos se sentirem à vontade durante as conversações. Às vezes a comunicação não verbal do educador leva o educando a inferir que a participação da turma não é relevante para a aprendizagem.
- Desenvolva competências nos educandos que possibilitem a discussão e o debate de forma respeitosa, promova conversações que facilitem o ouvir e o falar dentro de um contexto democrático.
- Organize o ambiente didático num formato em que todos possam se ver e se ouvir. A estrutura da sala com as cadeiras em filas dificulta a organização dos turnos de fala no ambiente pedagógico.
- Compartilhe responsabilidades sobre a difusão do conteúdo em sala, dando oportunidade para que os educandos estudem antes e possam consultar outras fontes de informação durante a discussão em sala.
- Desenvolva a empatia entre as pessoas. Cuidado com ações incitadoras de simpatia ou antipatia, pois elas podem ocasionar o antidiálogo dentro da sala de aula, com as pessoas se sentindo preteridas da conversação em relação a outros participantes da aula que são mais expressivos.
- Quando o conteúdo for de compreensão mais difícil, busque outras formas de abordar o tema para facilitar a aprendizagem. Evite dizer que o assunto é muito complicado, que só você e alguns “eleitos” foram capazes de aprender.
- Acredite na sua turma em termos de capacidade de aprender o assunto, discutir em sala; enfim: dialogar.
Os comentários acima não irão resolver todos os problemas de
condução de conversações didáticas, mas podem sinalizar o início de novas práticas
em sala de aula.
Vamos tentar?
Vamos tentar?
Até a próxima!