Em uma pesquisa em novembro/2018 no Google sobre
a palavra pós-verdade, obtivemos 35 milhões de resultados.
Ela é a palavra do início do milênio. Ela está
tão poderosa que foi escolhida a palavra do ano de 2016 pelo Dicionário Oxford.
Quer mais?
Fake News é também uma palavra forte em nossa
era: 681 milhões de ocorrências.
Mas por que a mentira assumiu tanta importância
na vida das pessoas? É na política, no entretenimento, na religião; a questão
da mentira tem afetado a todos.
Os mentirosos sempre tiveram vida aqui na terra.
Só que antes as pessoas se sentiam envergonhadas por mentir; hoje existe uma
guerra para ganhar as argumentações, pois ninguém quer mais ser convencido pelos
fatos: o importante é ganhar a discussão.
O que diferencia o comportamento das pessoas no
período Pré-WEB e agora é que a mentira é utilizada como arma para destruir
argumentos e ocultar as evidências, muitas vezes como se fosse uma brincadeira.
As pessoas manipulam a confiança alheia, criando
realidades paralelas, em nome de relativismos em que cada um cria a própria
miragem, distanciando-se do real.
Outro ponto de destaque é a forma como as falsas
notícias são difundidas: são rápidas e indiciais, o que dificulta os receptores
de identificar a origem e a autoria da mensagem falsa.
Essa rapidez com que são veiculadas as notícias dificulta a vida do cidadão desavisado, que pode ser envolvido por apelos emocionais e reconhecer notícias fraudulentas como se verdadeiras fossem.
Essa rapidez com que são veiculadas as notícias dificulta a vida do cidadão desavisado, que pode ser envolvido por apelos emocionais e reconhecer notícias fraudulentas como se verdadeiras fossem.
Junte a tudo isto, a negação da história e das
demais ciências, com o consequente desacato às tradicionais e reconhecidas
autoridades sobre determinado tema: é o
relativismo construindo um emocionalismo sem precedentes.
As caixas postais estão abarrotadas de fatos
noticiosos não muito fiéis à verdade; da mesma forma acontece com as mídias
sociais, em que as pessoas copiam e colam indiscriminadamente notícias falsas
e, mesmo depois de descobertas as falácias, continuam sustentando as informações que foram compartilhadas.
Houve um tempo em que o homem se direcionou para
o racionalismo, em que a primazia da razão subjugava as outras formas de
existir no mundo. Hoje podemos criar um nome para a atitude pós-verdade: emocionalismo.
As pessoas mesmo sabendo que uma determinada mensagem não é confiável, defende
o conteúdo com muita convicção, deixando que o contexto a afete emocionalmente.
Ficamos enclausurados em bolhas, com limites rigidamente construídos, impedindo-nos de observar a realidade sob mais de um ponto de vista.
Desta situação um tanto assustadora, surgem questões que precisamos pensar em respeito a nossa vida no trabalho:
Ficamos enclausurados em bolhas, com limites rigidamente construídos, impedindo-nos de observar a realidade sob mais de um ponto de vista.
Desta situação um tanto assustadora, surgem questões que precisamos pensar em respeito a nossa vida no trabalho:
·
Como está esse movimento nas nossas relações
de trabalho?
· Já pensou as pessoas sendo demitidas por
causa de fake news?
·
Já maginou, por outro lado, as pessoas sendo
promovidas por causa de informações que não correspondem à realidade?
·
E como ficarão os currículos dos
candidatos a emprego?
·
E quanto à questão da autoria, da
criação e da criatividade?
O assunto é novo e precisamos ficar atentos aos
movimentos dessa nova forma de sociabilidade que se propaga com muita força na
vida moderna.
Por enquanto não temos respostas para lidar com esses contextos,
mas cabe a nós a reflexão sobre em que caminhos desejamos percorrer para construir
nossa vida com ética e com responsabilidade.
Até a próxima!