08/04/2019

A Pós-Verdade e o mundo corporativo

Imagem pós-verdade e mundo corporativo




Em uma pesquisa em novembro/2018 no Google sobre a palavra pós-verdade, obtivemos 35 milhões de resultados.

Ela é a palavra do início do milênio. Ela está tão poderosa que foi escolhida a palavra do ano de 2016 pelo Dicionário Oxford.

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Fake News é também uma palavra forte em nossa era: 681 milhões de ocorrências.

Mas por que a mentira assumiu tanta importância na vida das pessoas? É na política, no entretenimento, na religião; a questão da mentira tem afetado a  todos.

Os mentirosos sempre tiveram vida aqui na terra. Só que antes as pessoas se sentiam envergonhadas por mentir; hoje existe uma guerra para ganhar as argumentações, pois ninguém quer mais ser convencido pelos fatos: o importante é ganhar a discussão.

O que diferencia o comportamento das pessoas no período Pré-WEB e agora é que a mentira é utilizada como arma para destruir argumentos e ocultar as evidências, muitas vezes como se fosse uma brincadeira.

As pessoas manipulam a confiança alheia, criando realidades paralelas, em nome de relativismos em que cada um cria a própria miragem, distanciando-se do real.

Outro ponto de destaque é a forma como as falsas notícias são difundidas: são rápidas e indiciais, o que dificulta os receptores de identificar a origem e a autoria da mensagem falsa. 

Essa rapidez com que são veiculadas as notícias dificulta a vida do cidadão desavisado, que pode ser envolvido por apelos emocionais e reconhecer notícias fraudulentas como se verdadeiras fossem.

Junte a tudo isto, a negação da história e das demais ciências, com o consequente desacato às tradicionais e reconhecidas autoridades sobre determinado tema:  é o relativismo construindo um emocionalismo sem precedentes.

As caixas postais estão abarrotadas de fatos noticiosos não muito fiéis à verdade; da mesma forma acontece com as mídias sociais, em que as pessoas copiam e colam indiscriminadamente notícias falsas e, mesmo depois de descobertas as falácias, continuam sustentando as informações que foram compartilhadas.

Houve um tempo em que o homem se direcionou para o racionalismo, em que a primazia da razão subjugava as outras formas de existir no mundo. Hoje podemos criar um nome para a atitude pós-verdade: emocionalismo. As pessoas mesmo sabendo que uma determinada mensagem não é confiável, defende o conteúdo com muita convicção, deixando que o contexto a afete emocionalmente. 

Ficamos enclausurados em bolhas, com limites rigidamente construídos, impedindo-nos de observar a realidade sob mais de um ponto de vista.

Desta situação um tanto assustadora, surgem questões que precisamos pensar em respeito a nossa vida no trabalho:

·         Como está esse movimento nas nossas relações de trabalho? 
·         Já pensou as pessoas sendo demitidas por causa de fake news?
·         Já maginou, por outro lado, as pessoas sendo promovidas por causa de informações que não correspondem à realidade?
·         E como ficarão os currículos dos candidatos a emprego?
·         E quanto à questão da autoria, da criação e da criatividade?

O assunto é novo e precisamos ficar atentos aos movimentos dessa nova forma de sociabilidade que se propaga com muita força na vida moderna. 

Por enquanto não temos respostas para lidar com esses contextos, mas cabe a nós a reflexão sobre em que caminhos desejamos percorrer para construir nossa vida com ética e com responsabilidade.

Até a próxima!