27/04/2020

A pandemia como motivo de desinformação

A pandemia como motivo de desinformação
A pandemia como motivo de desinformação - Imagem E-Praxe

Você sabia que a transmissão de eventos na WEB para arrecadação de comida, dinheiro e produtos de limpeza durante a pandemia é um modelo de negócio, que gera resultados lucrativos para grandes empresas?
Depois que assistiu ao evento WEB, você procurou saber qual foi a destinação dos bens recebidos? 
Você procurou saber quanto custou a apresentação ao vivo do evento e quem pagou a conta?

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Se essas perguntas te incomodaram, então seja bem-vindo ao mundo da desinformação.


A desinformação é uma situação dinâmica: em alguns momentos estamos bem informados sobre uma determinada questão, já em outros, precisamos correr atrás para que não sejamos engolidos pela onda das supressões e ocultações da verdade que nos rodeia.
Que o leitor não fique achando que iniciativas de negócios como as lives sejam ruins ou não devam existir. O exemplo acima foi para demonstrar como coisas da vida cotidiana podem vir a nós de uma forma que podemos não enxergar a totalidade da questão social.
O que o pessoal das lives tem feito é utilizar uma forma de fazer negócios que se vincula ao que se vem chamando de responsabilidade socioambiental, quando a empresa busca lucro e ao mesmo tempo procura ajudar os mais necessitados.
Com a responsabilidade socioambiental as empresas podem obter ao mesmo tempo lucros econômico-financeiros e ganhos com imagens e fidelização de clientes. Existe alguma coisa de mal nisto? Claro que não, desde que o cliente seja bem informado sobre a forma como o negócio está sendo conduzido.
Observe que para lançar uma live de sucesso é necessário ter um bom suporte financeiro para tornar pública a iniciativa, não só na Internet, mas também nos meios tradicionais de comunicação. Outros custos vêm junto como decorar o “suposto quintal da casa” para que pareça um local propício à apresentação; precisa-se de dinheiro também para inserir meios de recebimento das doações, que acontecem sob diversas modalidades, e pagar custos com pessoal e com terceiros para que a apresentação aconteça sem muitos problemas. Isto tudo envolve dinheiro.
O interessante é que a gente não se interessa por nada disto, o que a gente deseja é mesmo assistir ao show e se divertir, mas se estamos alheios às observações acima, estamos desinformados.
Trouxemos este exemplo bem polêmico, que mexe com as emoções de muita gente, para demonstrar o quão complexo é o problema da desinformação. Ele envolve ocultamento de informação ou mesmo compartilhamento de parte da informação verdadeira, assim como pode vir carregado de distorção e negação da verdade. Desinformação é algo que sempre esteve no cerne das relações humanas e precisamos aprender a lidar com isto.
Reafirmamos que somos favoráveis à existência de lives, mas algumas coisas dos bastidores dessas práticas precisam estar bem explícitas para o cidadão, para que este não pense que a iniciativa é totalmente voluntária e caridosa.

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E mais:

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Você sabia que o termo fake news tem significação dúbia? Pode significar informação deturpada, bem como servir para tachar a palavra do outro como mentirosa simplesmente porque quem denomina assim a palavra não gosta do que está lendo ou ouvindo?

Você sabia que estamos também no tempo da Pós-Verdade, em que as pessoas, levadas por arroubos emocionais, terminam por crer em mentiras?

Você sabia que há muito robôs circulando na Internet ampliando o compartilhamento de informações maliciosas sobre a pandemia do coronavírus?

Você sabia que os robôs de fake news nem sempre propagam informações deletérias sobre as pessoas, muitas vezes eles agem fazendo promoção positiva de alguma situação, pessoa ou entidade? E que essas informações aparentemente positivas podem não ser verdadeiras?

Você sabia que as entidades que realizam checagem de informações para verificação de fatos estão assoberbadas de serviços desde jan. 2020, tratando do tema coronavírus, pois as pessoas continuam publicando e compartilhando desinformação o tempo todo?

Você sabia que o excesso de dados disponíveis pode deixar a pessoa confusa e gerar desinformação?

Você sabia que mesmo com a campanha para as pessoas ficarem em casa, há muita gente na rua, caminhando, passeando com o cachorro ou andando de bicicleta? Estas pessoas estão informadas ou desinformadas? Ou elas estão condicionadas pela Pós-Verdade

Você tem ciência de que, para quem estar em casa, lavar as mãos é o suficiente? Que não precisamos sair correndo para comprar álcool gel de qualquer jeito e a qualquer preço?

Você sabe o que o Estado brasileiro fez para combater um possível aumento de incidência de coronavírus no período de janeiro a 17 de março de 2020, antes da ampliação da pandemia?

Pode não parecer, mas os assuntos acima interessam a todos os brasileiros. A informação é o cerne da nossa vida. Então vamos nos responsabilizar por ela.

Até a próxima!

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E aí? Leu a publicação passada sobre Faxina Digital?



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