17/09/2018

É hora de compartilhar


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A era da curadoria centralizada

Pouco tempo atrás o profissional valorizado nas empresas era o alto especialista, que sozinho tinha domínio sobre uma determinada área.

Naquela época o conhecimento tácito era o centro do mundo corporativo e estava vinculado a uma determinada pessoa.

E os demais funcionários? Ora, ora...


O excesso de centralização do conhecimento gerou um tipo de comportamento organizacional na cultura de muitas empresas, como a predominância da comunicação unidirecional, de caráter prescritivo, como se o conhecimento fosse uma instância imutável, em que poucos eram capazes de fomentar a aprendizagem organizacional.

Isto gerou a formação de profissionais que eram rotulados de insubstituíveis, pois eram eles que detinham todo conhecimento sobre a empresa.

Em outros momentos houve uma exacerbada divisão entre profissionais generalistas e especialistas, provocando aprendizagem organizacional limitada.

Outro fator interessante era a predominância da educação presencial, oferecida a poucos, pois havia uma minoria que detinha todo o saber nas empresas e eram estes que poderiam ensinar, desde que houvesse controles sobre o que as pessoas poderiam aprender.

Eram os tempos da aprendizagem individualizada, favorecida por um ambiente de incentivo à centralidade da autoria, esta demarcada pela retenção do conhecimento.


Os tempos da curadoria compartilhada

As mudanças estão em nosso cotidiano e hoje existe a necessidade de o Bem conhecimento ser compartilhado para todos. A gestão do conhecimento passa a ter um novo tipo de curadoria (curadoria aqui como a capacidade de cuidar de um bem em benefícios de todos).

Será possível vivenciar novas formas de lidar com o conhecimento corporativo?


Neste início de milênio o campo semântico do conhecimento vem se transformando. O conhecimento não pode mais estar na situação de tácito o tempo todo, a dimensão do conhecimento explícito é mais do que necessária.

Para isto há necessidade de um novo limiar da comunicação, que não pode se circunscrever à unidirecionalidade, mas alcançar o nível da bidirecionalidade, ou seja, comunicação para o diálogo, comunicação responsiva, que acontece quando a gente fala e escuta; escreve e ler, pois é uma busca incessante de respostas do interlocutor sobre as coisas que desejamos comunicar. A isto podemos chamar de comunicação dialógica.

Sob o âmbito da comunicação dialógica surgem novas premissas como:
  •  a interlocução entre a aprendizagem individual e a coletiva
  •  a formação de especialistas, mas com visão multirreferencial sobre o objeto de aprendizagem
  • a busca da aprendizagem continuada durante a vida toda
  • a consciência da mutabilidade do conhecimento
  • a articulação da educação presencial com a educação a distância
  • a autoria como ato de criação difusa, fruto das diversas interlocuções entre os homens

O referenciar-se por tais premissas distancia-se da gestão do conhecimento centralizada e vai ao encontro da gestão do conhecimento partilhado, favorecendo a formação de novos profissionais que não se sentem intimidados em estabelecer diálogo para construção do conhecimento.

E este é o grande desafio desta nossa era: compartilhar para o bem de todos, compartilhar sem medo, compartilhar para crescer mais.

Até a próxima...

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